Anabela Cadeado, Rádio Pax-Beira Moçambique
“Queremos nosso dinheiro”, é o grito de socorro dos professores voluntários de alfabetização na cidade da Beira, que iniciaram uma greve para reivindicar o pagamento dos seus subsídios atrasados desde 2022. O grupo, responsável por ensinar leitura e escrita a milhares de pessoas, denuncia o descaso das autoridades e promete não desistir até receber o que lhes é devido.
Em entrevista à imprensa, os professores afirmam que o montante acumulado nos últimos três anos chega a aproximadamente 28 mil meticais por pessoa. Segundo os grevistas, em 2022 e 2023 o subsídio mensal era de 650 meticais, enquanto em 2024 o valor subiu para 1.500 meticais, no entanto, apesar de inúmeras promessas de pagamento feitas por diferentes níveis do governo, incluindo a direcção distrital de Educação, Finanças, e outros, na mesma os alfabetizadores continuam sem uma solução concreta.
Os profissionais lamentam as condições precárias de trabalho e afirmam estar exaustos com as promessas não cumpridas, sendo difícil ensinar sem condições mínimas, como forma de pressão, os mesmos alertam que, sem o pagamento dos subsídios, não entregarão as pautas e estatísticas de 2024 e se recusam a retomar as aulas no próximo ano.
Importa referir que a greve começou nesta terça-feira e concentrou-se no Serviço Distrital de Educação, Juventude e Tecnologia, envolvendo cerca de 130 professores que exigem o pagamento imediato dos valores em atraso.