Bulande Domingos Rádio Pax-Beira Moçambique
O ex-comandante geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, foi ouvido esta segunda-feira, 07 de Julho, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) devido a acusações de violação dos direitos humanos durante as manifestações pós-eleitorais de 2024. A queixa foi apresentada por Organizações da Sociedade Civil, que denunciaram o uso excessivo da força por parte da polícia em várias províncias do país.
Os protestos ocorreram após a divulgação dos resultados das eleições e foram marcados por confrontos violentos entre a polícia e manifestantes.
Segundo André Mulungo, do Centro Para Democracia e Direitos Humanos, mais de 500 pessoas foram assassinadas pela polícia, milhares de pessoas contraíram ferimentos entre graves e ligeiros, para além de mais de três mil (3.000) detidas. A sociedade civil, espera que não seja um teatro.
A denúncia não é só para Bernardino Rafael, como também contra, o diretor do Serviço Nacional de Investigação Criminal.
O jurista Fernando Modesto, disse à reportagem da Rádio Pax-Emissora Católica da Beira, que por se tratar de uma figura de alto escalão, pode haver uma tentativa de obstrução, daí apela a sociedade civil e a comunidade internacional, a ter mais vigilância neste processo.
Refira-se que, nem o ex-comandante geral da PRM, nem o seu advogado prestaram declaração à imprensa.
Bernardino Rafael, foi exonerado do cargo de comandante-geral da PRM em Janeiro de 2025, após oito anos de mandato.