Rogério Maduca – Beira, Moçambique
Dom Ernesto Maguengue, Bispo da Diocese de Inhambane, falava na Sexta-feira última, 21 de Novembro, na conferência plenária do VII Congresso da Universidade Católica de Moçambique, evento que decorreu na cidade de Maputo. Segundo o Bispo, a crise que se vive em Moçambique ultrapassa o registo militar, é uma crise de confiança pública. E a convivência social é marcada por conflitos não resolvidos.
Neste contexto, continuou o prelado, a educação não pode ser entendida como um serviço público, mas um espaço de reconstrução do tecido social. E que através do Pacto Educativo Global se pode reorientar a educação para o humanismo integral.
Durante a conferência plenária, o Bispo de Inhambane falou sobre o “Pacto Educativo Africano e Promoção da Paz”. Para Dom Maguengue, a eficácia do pacto em Moçambique exige práticas concretas, próximas do quotidiano das comunidades, com destaque para a revisão curricular, criação de centros escolares de diálogo intergeracional, clubes de paz, entre outros.
O prelado falou ainda sobre o papel das universidades como servidores da paz, numa altura em que o país é marcado por narrativas polarizadas, sendo por isso necessário que estas evitem a captura ideológica, comprometa-se com a verdade.
Na conclusão da sua apresentação, o Bispo de Inhambane disse que o Pacto Educativo Africano é para Moçambique, mais do que um documento, um ritual nacional de reconstrução ética. A educação torna-se ponte lançada sobre os rios de fragmentação, altar vivo onde memória e esperança se abraçam, um laboratório de convivência onde a diferença é dom e não ameaça.





