Joaquim Tauzene Radio pax-Beira Mocambique
A preocupação foi apresentada por Domingos Bie, presidente do Conselho de Administração da Emodraga, durante entrevista exclusiva à nossa estação emissora. Segundo ele, a empresa enfrenta grandes desafios na dragagem contínua do Porto da Beira. O principal obstáculo é o intenso fluxo de navios, que não permite a interrupção das operações portuárias, necessária para que as dragas possam actuar de forma eficaz.
Apesar das dificuldades, a Emodraga já conseguiu remover cerca de 2 milhões e 200 mil metros cúbicos de sedimentos do canal do porto, o que tem facilitado a entrada de grandes embarcações. No entanto, o elevado número de navios atracados impede a dragagem dos cais, pois seria necessário suspender temporariamente a atracação para realizar a operação.
Domingos Bie explicou que, no processo de dragagem dos cais, o objetivo é remover 140 mil metros cúbicos de sedimentos. Até o terceiro dia de trabalho, já haviam sido dragados 900 mil metros cúbicos, o que demonstra a capacidade técnica da empresa. Ainda assim, a falta de espaço operacional, devido à movimentação constante no porto e à dificuldade de cedência de áreas pelas autoridades portuárias, continua a ser um dos principais desafios.
O dirigente apontou também a manutenção dos equipamentos de dragagem como outro problema a enfrentar. De acordo com Bie, a importação de acessórios e peças sobressalentes tem encontrado diversos entraves logísticos e burocráticos.
Relativamente à dragagem do Porto de Quelimane O presidente do Conselho de Administração da Emodraga, Domingos Bie, informou que os trabalhos de dragagem no Porto de Quelimane ainda não estão em curso devido às condições adversas em que a empresa dispõe atualmente de três dragas, todas em operação no canal principal do Porto da Beira. No entanto, garantiu que, caso se criem as condições necessárias, uma das dragas será deslocada para Quelimane para iniciar as intervenções naquela infraestrutura portuária.
Apesar de todos os obstáculos, Bie garantiu que a navegabilidade no Porto da Beira permanece boa, graças ao esforço contínuo das equipas técnicas da Emodraga.
