Joaquim Tauzene, Rádio Pax-Beira Moҫambique
O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, anunciou na semana passada que as negociações para resolver a instabilidade política e social no país avançaram significativamente. Segundo Chapo, foi alcançado um consenso com os partidos parlamentares, culminando na assinatura de um acordo nesta quarta-feira, 5 de março no Centro Internacional Joaquim Chissano. No entanto o chefe de Estado não revelou os detalhes do documento nem mencionou a participação do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane.
O edil da Beira e membro sénior do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) Albano Carige, expressou reservas sobre o impacto do acordo, lembrando que o país já testemunhou a assinatura de diversos pactos políticos que foram transformados em leis, mas nunca efetivamente cumpridos. Ele apelou aos dirigentes partidários para que assumam um compromisso sério com os termos do documento.
Quanto à ausência de Venâncio Mondlane nas negociações, o político afirmou que Mondlane é uma figura central na atual crise política. Segundo ele, excluí-lo do acordo equivale a negar uma solução real para a instabilidade que se verifica em várias partes do país.
O analista político Anastácio Tijó, também demonstrou ceticismo quanto à eficácia do acordo. Ele argumentou que a simples assinatura do documento não garante, por si só, o fim da crise política e social. Além disso, Tijó alertou que a exclusão de Mondlane das negociações pode representar um risco significativo para os esforços de pacificação, uma vez que ele tem sido um dos principais protagonistas da atual conjuntura política.