Joaquim Tauzene Rádio Pax-Beira Moçambique
Moçambique vive um momento de tensão política, marcado por manifestações que, em diversas ocasiões, resultaram em confrontos violentos e, em alguns casos, no baleamento de civis. Em entrevista à Rádio Pax, Emissora Católica da Beira, na manhã desta segunda-feira, o activista socioeconômico Célio Lázaro criticou as recentes restrições ao acesso à internet, afirmando que essas medidas não apenas violam o direito à informação, mas também limitam o acesso a serviços essenciais em um país que se encontra em processo de digitalização.
O activista alertou que essa censura digital pode aumentar a insatisfação popular e intensificar os protestos, em vez de inibi-los. Ele destaca que estudantes são um dos grupos mais afectados, já que a internet é uma ferramenta essencial para a educação. Para ele, as restrições ao uso da internet representam uma violação dos direitos de liberdade de expressão e de acesso à informação.
Lázaro vai além e sugere que as operadoras de telecomunicações que acataram a medida sejam responsabilizadas criminalmente, uma vez que contribuíram para a limitação dos direitos dos cidadãos. Na sua opinião, uma forma de reduzir a tensão social seria garantir maior transparência no processo eleitoral, atendendo às demandas por verdade e justiça que emergiram nos últimos dias.