Parlamento aprovou hoje lei que legitima a atuação da designada “força local”
MAPUTO —
O bispo da diocese de Guruè, na província moçambicana da Zambézia, Dom Inácio Lucas, manifestou profunda preocupação com o alastrar da violência armada no norte do país e realça que, apesar de Cabo Delgado ser a província mais afectada, o conflito tem impacto em todo o território nacional.
Aquele dirigente religioso afirmou que a Igreja Católica está muito preocupada com a movimentação de jihadistas um pouco por toda a zona norte de Moçambique e considerou não ser correcto afirmare-se que apenas Cabo Delgado é que está afectada por esta guerra.
“Falamos de Cabo Delgado como se fosse um caso singular, mas não é, todo o país está afectado por esta guerra; é verdade que em Maputo ou na Beira você pode dormir na sua casa, mas a situação em Cabo Delgado é do nosso país”, realçou aquele prelado.
Dom Inácio Lucas sublinhou que a falta de ocupação para jovens faz com que estes sejam facilmente recrutados por jihadistas, “pelo que o Governo deve encontrrar soluções para a camada juvenil”.
O jovem Rodrigues Arnaldo diz que, enquanto a guerra continuar, vai ser difícil encontrar ocupação para a juventude.
Para o analista político Manuel Alves o alastrar da violência tem a ver com o facto “de que a resposta das autoridades às acções jihadistas não tem sido eficaz”.
Entretanto, o Parlamento aprovou nesta quinta-feira, 15, a revisão da lei da Defesa e das Forças Armadas de Moçambique (FADM), que legitima a atuação da designada “força local”, de ex-combatentes que têm apoiado a luta contra o terrorismo em Cabo Delgado.
Após a aprovação da lei, Cristóvão Chume, ministro da Defesa, disse que a legislação vai legitimar a atuação da força local que “mano a mano’ tem vindo a combater com bravura os terroristas”
A revisão da lei foi aprovada por voto favorável da FRELIMO, no poder, enquanto a Renamo e o MDM votaram contra.