A Organização Internacional para as Migrações (OIM) diz que mais de 800 pessoas fugiram da violência armada em apenas cinco dias de ataques terroristas em Cabo Delgado.
A actualização da OIM, feita esta quinta-feira, indica que os mais de 800 deslocados foram mapeados nos distritos de Macomia, Mecúfi e Chiúre, sendo que foi neste último distrito onde se registou o mais recente ataque jihadista, com o assalto ao posto administrativo de Mazeze.
Face ao cenário, a Embaixada da França em Maputo apela aos seus cidadãos a não viajarem para os distritos de Mocímboa da Praia e Palma, bem como à cidade de Pemba, “devido à ameaça terrorista’’.
A nota, de quarta-feira, refere que ‘’ devido à presença de uma ameaça terrorista e de rapto nas cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, é fortemente recomendado não viajar para estas cidades, bem como viajar nas estradas que ligam estas localidades’’.
Para o analista político João Mosca, estes episódios, ao contrario do discurso oficial, mostram que ‘’a situação em Cabo Delgado está a piorar, e estamos numa situação em que a guerrilha está forte e adoptou algumas estratégias diferentes, que incluem a intensificação das ações e o reforço da capacidade de armamento”.
Logística robusta
Mosca avança que está mais do que entendido que a guerra de guerrilha muda de estratégia e de local, sublinhando que esta não se ganha no campo de batalha.
Por seu turno, o porta-voz da Renamo, José Manteigas, considera que a guerrilha se fortificou e há o risco de os ataques se alastrarem a todo o país, pelo que o Governo deve encontrar uma estratégia e uma logística robusta para as Forças de Defesa e Segurança.
Manteigas refere que, por mais bem treinadas que estejam, se as Forças de Defesa e Segurança não tiverem uma boa logística não vão puder cumprir a sua missão.
Mesmo assim, o ministro moçambicano da Defesa Nacional, Cristóvão Chume, diz que tudo está a ser feito para erradicar o terrorismo em Cabo Delgado, e pede a colaboração dos cidadãos, particularmente dos jovens, porque, realça, juntos somos mais fortes.
Fonte: voaportugues.com