As três províncias moçambicanas que fazem fronteira com o Malawi estão em alerta máximo. Situação preocupante regista-se em Niassa, onde houve registo de mais de 500 casos e morte de oito pessoas. Há, ainda, suspeita de haver cólera nos distritos de Mecanhelas e Sanga, na mesma província.
Seis anos depois, a província de Niassa volta a reportar casos de cólera. Os primeiros pacientes foram diagnosticados no distrito de Lago, que faz fronteira com o Malawi, país que já registou mais de 18 mil casos da doença nos últimos meses. Dos 379 casos registados em Lago, houve seis óbitos e um paciente continua internado.
“Já em Lichinga, desde a primeira semana de Dezembro até hoje, registamos um total de 220 casos; infelizmente, dois desses pacientes perderam a vida devido a complicações causadas pela doença. Actualmente, o que nos preocupa é o facto de termos outros focos nos distritos de Sanga (vizinho do distrito de Lago e de Lichinga), mas também o distrito de Mecanhelas na região Sul da província. Esses distritos já reportam casos de diarreia. Fizemos colheita de amostras que foram enviadas para o Instituto Nacional de Saúde, de onde virá o resultado se temos ou não cólera nesses locais”, revelou Ramos Mboane, director provincial de Saúde.
As autoridades de saúde suspeitam que os casos sejam importados do Malawi. “Temos a reportar ligação epidemiológica com o surto do Malawi para a situação do distrito do Lago, porque o surto aconteceu a menos de 10 km da linha de fronteira com aquele país vizinho. Para este caso, podemos afirmar, com alguma certeza, que há ligação epidemiológica com o surto do Malawi. A nível de Lichinga, porque houve movimentação de pessoas do distrito de Lago para Lichinga e vice-versa, fica difícil fazermos essa ligação epidemiológica com o Malawi”, justificou Mboane.
Em alerta também estão as autoridades de saúde de Tete, outra província que faz fronteira com o Malawi. “Não temos nenhum caso confirmado, e se houver alguma eventualidade, estamos prontos para intervir. Temos equipas provinciais e distritais a trabalhar no assunto”, avançou Hélder Dombole, chefe de Saúde Pública de Tete.
Já a província da Zambézia regista alguns casos de diarreia, mas ainda não há registo de surto da doença. “Estamos a fazer o bloqueio, isto é, equipas de vigilância estão a trabalhar nos distritos que fazem fronteira com o Malawi. Nesses locais, temos apostado em fazer desinfecções das mãos com água e sabão para impedir que a doença entre na nossa província”, destacou Aníbal Fernando, representante da Direcção Provincial de Saúde da Zambézia.
As autoridades alertam para a observância das medidas de prevenção, principalmente por ainda se estar na época chuvosa.
Fonte: O País