O reitor da Universidade Católica de Moçambique, padre Filipe Sungo, defende que o país precisa de avançar para a estabilidade pós-eleições autárquicas e convida a academia a encorajar o diálogo para evitar a escalada de violência. Sungo falava na Zambézia, durante a cerimónia de graduação do Instituto de Ensino à Distância.
O apelo do reitor da universidade católica de Moçambique surge numa altura em que os dois principais partidos políticos em Quelimane, nomeadamente, a Frelimo e a Renamo, têm vindo a cantar vitória nas eleições autárquicas de 11 de Outubro. Os números avançados pela Comissão Distrital de Eleições de Quelimane, recorde-se, dão vitória à Frelimo com 50,45 por cento, sendo que à Renamo correspondem 43 por cento e ao MDM, 3,35 por cento. No entanto, os resultados têm vindo a colocar a Renamo em marcha de protesto em Quelimane, por não concordar com resultados divulgados. Aliás, a Renamo já avançou com o seu recurso para o Conselho Constitucional.
Todos estes cenários levam o reitor da Universidade Católica de Moçambique a pronunciar-se na perspectiva de que o país precisa de apontar soluções para a estabilidade do povo moçambicano pós-eleições autárquicas. Padre Filipe Sungo diz que o referido caminho passa pela reposição da verdade, neutralidade e imparcialidade.
“É importante que o povo moçambicano viva com tranquilidade, serenidade e paz. Esses caminhos passam pela reposição da verdade, que implica a neutralidade, imparcialidade, transparência, honestidade na correlação, na recontagem dos votos, e aí chamamos atenção dos que têm esta responsabilidade para que revejam a tabuada, de modo a acertarem nas operações.”
Para Filipe Sungo, a academia deve encorajar o diálogo entre os políticos para a renúncia à violência.
“Os que perderam dizem que ganharam, os que ganharam dizem que não perderam. A questão é: qual será a saída em tudo isso? Uma questão respondida a seguir, “o diálogo que nos leve a caminharmos todos juntos como povo, povo moçambicano unido. Este grande papel é da academia, no sentido de pautar pela verdade, proteger e dar assistência à verdade. Uma verdade que vai libertar o povo moçambicano e garantir harmonia de que precisamos como um povo”, finalizou.
O reitor falava à margem da cerimónia de graduação de licenciados e mestrados do Instituto de Ensino à Distância na Zambézia.
Fonte: O Pais