Depois de uma noite com temperaturas a rondar os zero graus, as equipas de salvamento continuam a busca por sobreviventes dos terramotos que atingiram a Turquia e a Síria. Países de todo o mundo mobilizam equipas para ajudar nos esforços de resgate, sendo que a chuva, a neve e o frio tornam mais difícil a busca de sobreviventes em edifícios desmoronados.
De acordo com o novo balanço das autoridades turcas, há 3.419 vítimas mortais e 20.534 feridos. Na Síria, o número de mortos ronda os 1.600.
A Euronews está a acompanhar, em direto, os mais recentes desenvolvimentos no terreno aqui.
Portugal envia missão conjunta para operações de resgate
Uma equipa de 53 elementos da Proteção Civil, GNR e emergência médica parte esta quarta-feira para a Turquia para apoiar os esforços de busca e salvamento após os sismos
Os esforços vão centrar-se sobretudo “na busca e salvamento”, disse o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.
(com Lusa)
UNICEF receia que haja milhares de crianças entre as vítimas mortais
Um porta-voz do organismo, James Elder, declarou que a prioridade é identificar crianças que se encontrem sozinhas na sequência dos terramotos. A agência pretende levar água potável e material de saneamento para as zonas mais afetadas na Síria, onde já se registava uma epidemia de cólera.
UNESCO alerta para extensão dos danos na cidade histórica de Alepo
A agência da ONU está a conduzir uma avaliação preliminar para tentar estabilizar rapidamente o património histórico mais danificado. Há uma “preocupação particular em relação à cidade antiga de Alepo, na Síria”.
Num comunicado, a UNESCO explica que “há estragos significativos na cidadela. A torre ocidental da cidade velha colapsou e vários edifícios no mercado típico ameaçam o desmoronamento”.
Localização dos epicentros dos dois sismos mais fortes
Estes sismos podem acontecer “a cada 500 anos”
De acordo com Saskia Goes, professora de Geofísica no Imperial College de Londres, fenómenos desta magnitude costumam ocorrer com espaçamentos de centenas de anos. Goes explicou à Euronews que o primeiro sismo desta segunda-feira “foi um dos maiores jamais registados” com os equipamentos atuais.
Esta especialista aponta que “os terramotos são mais comuns na parte norte da Turquia, ao longo da falha na Anatólia”. Na zona onde aconteceu agora, isto pode acontecer a “cada 500 anos”, o que dificulta a comparação com eventos anteriores e a subsequente previsão.
OMS estima que vítimas a longo prazo possam ascender aos 23 milhões
Número de pessoas afetadas pelos sismos pode chegar aos 23 milhões, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS), prometendo ajuda de longo prazo.
Os estudos “mostram que 23 milhões de pessoas estão em risco, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis”, avançou a responsável da OMS Adelheid Marschang ao conselho executivo da organização.
(com Lusa)
O primeiro terramoto de 7,8 magnitude, registado às 04:17 locais (menos três horas em Lisboa) teve o epicentro no sudeste da Turquia e afetou o noroeste da Síria. Foi sentido em diferentes partes do Médio Oriente e registado inclusivamente em Portugal.
Nove horas depois, após várias réplicas, registou-se um segundo tremor-de-terra de magnitude 7,5 graus na escala de Richter.
Milhares de edifícios desmoronaram numa vasta área que se estende desde as cidades sírias de Alepo e Hams até Diyarbakir, na Turquia. Mais de sete mil pessoas foram retiradas vivas dos escombros.
Do lado turco, alguns dos feridos estão a ser transportados para Istambul enquanto as equipas de busca e salvamento, bombeiros e médicos trabalham em toda a região, juntamente com cerca de 3.500 soldados.
A vice-presidência da Turquia indicou que mais de 300 mil pessoas desalojadas pelo sismo foram acolhidas em centros universitários, abrigos e residências estudantis.
Para os sírios devastados pela guerra, o terramoto acumulou mais miséria numa região que tem vivido um sofrimento tremendo na última década.
Na Síria, o grupo de resgate Capacetes Brancos declarou o estado de emergência.
Fonte: pt.euronews.com