Rogério Maduca, Beira – Moçambique
A Procuradoria-Geral da República intimou esta terça-feira, 15 de Outubro, o candidato presidencial Venâncio Mondlane a abster-se de práticas que violam a constituição, a legislação eleitoral e as demais normas.
De acordo com o comunicado de imprensa da PGR, as acções de Venâncio agravaram-se quando este divulgou informações sobre resultados eleitorais não confirmados pelos órgãos competentes, autoproclamar-se Presidente da República, entre outras questões.
Sobre este assunto, a Rádio Pax ouviu esta terça-feira, o analista político e docente universitário, Samuel Simango. Para este analista, houve um excesso de zelo da PGR ao intimar Venâncio Mondlane, pois no seu entender, se o Ministério Público quer fazer cumprir a lei no país, não deve fazê-la apenas para um grupo de pessoas, mas para todos sem excepção, e justifica o facto recordando os diversos ilícitos tornados públicos durante o processo eleitoral.
Simango não encontra uma anormalidade na atitude tomada pelo candidato suportado pelo PODEMOS, acrescentando que a declaração de vitória é uma estratégia para acelerar a divulgação dos resultados por parte dos órgãos eleitorais e evitar que haja fraude.
O analista político vai mais longe e considera que a decisão da Procuradoria-Geral da República não é de interesse público, mas sim particular, pois actualmente o interesse público em Moçambique é que as eleições sejam livres justas e transparentes, evitando os diversos ilícitos assistidos.
A intimação de Venâncio Mondlane resulta da reiterada onda de agitação social, desobediência pública, desrespeito aos órgãos do Estado, incitação à violência e desinformação perpetrada pelo candidato à Presidência da República, nos comícios, redes sociais e demais plataformas digitais, lê-se no comunicado de imprensa emitido pelo gabinete de imprensa da PGR.