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BISPOS CATÓLICOS DENUNCIAM O ENCHIMENTO DE URNAS E OUTRAS FORMAS DE ENCOBRIR A VERDADE NAS ELEIÇÕES GERAIS NO PAÍS

Rogério Maduca – Beira, Moçambique

Através de um comunicado publicado esta terça-feira, 22 de Outubro, com o título “A verdade vos tornará livres”, inspirado no Evangelho de São João, os Bispos Católicos de Moçambique reagiram em torno dos acontecimentos que marcam o país, após a realização das eleições gerais, legislativas e das assembleias provinciais que tiveram lugar no dia 9 do corrente mês.

No documento, os membros da Conferência Episcopal de Moçambique lamentam a violência pós-eleitoral, que desta vez foi “manchado com uma cobarde emboscada como forma de calar, se não a verdade, pelo menos a democracia” e fazem menção a um incidente que envolveu dois cidadãos, nomeadamente Elvino Dias, advogado de um dos candidatos presidências e Paulo Guambe, mandatário do partido que suporta o mesmo candidato, assassinados de forma bárbara, ao qual condenam.

A Conferência Episcopal de Moçambique, mostrou que está a par do que aconteceu nos pleitos eleitorais e sendo a voz da Igreja Católica, denunciaram parte das acções graves que caracterizaram o processo, com destaque para as “fraudes grosseiras, a repetição no enchimento de urnas, a forja de editais, entre outras formas de encobrir a verdade”.

Nos dizeres do Episcopado católico estas irregularidades impunemente praticadas, reforçam a falta de confiança nos órgãos eleitorais e empurram o povo a questionar sobre a legitimidade dos eleitos.

Na continuidade, questionam se os órgãos eleitorais irão certificar os resultados, e recordam que, “certificar uma mentira é fraude”.

Desde o anúncio dos resultados preliminares, o país vive momentos de tensão, em sua contestação, facto que culminou com a convocação de uma manifestação pacífica. Sobre a manifestação, os Bispos apelam ao respeito pelo direito a manifestação, e alerta aos jovens para que não se deixem instrumentalizar e serem arrastados em acções de vandalismo e desestabilização. E acrescentam, “não podemos deixar os que os partidos políticos e grupos de poder continuem a promover as suas influências nefastas, incutindo políticas de desprezo, de ódio e de vingança”.

O comunicado dos Bispos, conclui com um apelo aos que estão directamente envolvidos no processo eleitoral e no conflito gerado, para que façam do exercício de reconhecimento das culpas e do perdão e a coragem da verdade, como o caminho para o retorno à situação normal de um país que se quer vivos activo e não silenciado pelo medo da violência.


Ler o comunicado:

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