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Cabo Delgado: Escoltas permanecem na N380

Apesar das declarações do Governo sobre o regresso à calma em Cabo Delgado, há ainda escoltas num trecho da estrada nacional 380. À DW, automobilistas falam de tranquilidade, mas também de alguns receios.

Escolta das Forças de Defesa e Segurança só sai uma vez por dia em cada sentido

O discurso oficial refere-se ao progresso no restabelecimento do clima de segurança na província moçambicana de Cabo Delgado. Recentemente, as autoridades afirmaram que expulsaram todos os terroristas dos seus esconderijos, o que propicia o retorno massivo dos deslocados às respetivas regiões de origem. 

Apesar disso, a circulação na estrada Nacional 380 continua condicionada a escoltas das Forças de Defesa e Segurança, o que traz alguma tranquilidade aos automobilistas, que dizem ainda ter algum receio de ali passar.

Em entrevista à DW, o passageiro Anlawe Raul, que viaja de Nacala-Porto a Mueda, relata como é percorrer este trajeto de cerca de 100 quilómetros, e que liga a sede distrital de Macomia ao cruzamento do posto administrativo de Awasse, no distrito de Mocímboa da Praia.

“Estou à espera de novas ordens da coluna para continuar com a viagem”, conta este automobilista, que diz não se sentir seguro: “É perigoso, circulamos porque necessitamos, mas não temos aquela confiança. Ficamos inseguros, mas rezamos a Deus para chegarmos ao destino.” 

Também Beto Monteiro, que viaja entre Nampula e Mocímboa da Praia, é da opinião que a segurança neste troço devia ser reforçada, até porque as escoltas só saem uma vez por dia em cada sentido.

“Cheguei aqui [na sede de Macomia] às 21 horas e não sei a hora a que vou sair [para seguir com a viagem]. Deviam aumentar o número das forças na coluna”, diz.

Na semana passada, foram registados combates nas matas densas de Macomia, especificamente na região de Katupa, a  quilómetros da estrada N380, que liga o centro e o norte de Cabo Delgado. Segundo relatos, um grupo de terroristas terá tentado recuperar a sua antiga posição, ocupada pelas das Forças Armadas de Defesa de Moçambique no ano passado.

Macomia: “Está tudo bem”

Ainda assim, muitos residentes de Macomia consideram o ambiente calmo e dizem já não haver medo. É o caso de Samuel Omar que, em declarações à DW,  garante que “está tudo bem”.

“Vivo bem e nunca ouvi uma coisa [estranha sobre terroristas]”, diz.

Residentes de Macomia dizem que presença das várias forças lhes garante segurança

O mesmo diz Gomes Agaisse. Residente e proprietário de uma sapataria na sede distrital de Macomia, este cidadão diz sentir-se seguro e elogia a quantidade de forças de segurança presentes na região: “temos muitas forças, a Unidade de Intervenção Rápida, militares, força local, então estamos a dormir normalmente e não há dificuldades”, conta.

Entre receios e sentimento de total segurança, a vida segue. Todos os dias muitos autocarros e veículos de transporte de equipamentos de empresas e outros bens circulam nos dois sentidos Mocímboa da Praia-Macomia. 

Fonte: dw.com

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