Ao 33.º dia de conflito entre Israel e o Hamas, os Estados Unidos reafirmam que são contra uma reocupação da Faixa de Gaza por Israel. As declarações foram feitas pelo porta-voz da segurança nacional, depois de Netanyahu ter dito que o território deve ser governado por quem não quer continuar o caminho do Hamas. Nas últimas horas, o ministro dos Assuntos Estratégicos israelita, Ron Dermer, garantiu, em entrevista, num canal norte-americano, citado pela SIC Notícias, que “Israel não vai reocupar a Faixa de Gaza”.
“Nós retirámo-nos completamente de Gaza há 17 anos e recebemos de volta um Estado terrorista. Não podemos repetir isto, é óbvio. Assim que o Hamas deixar de estar no poder e as infraestruturas forem desmanteladas, Israel deve ter a responsabilidade geral pela segurança durante um período indefinido”, disse, na terça-feira à noite, Dermer, que tem assento como observador no gabinete de guerra de Israel.
Questionado sobre a forma como esta responsabilidade será organizada, Dermer reconheceu que a questão permanece em aberto, mas disse que “não será uma ocupação”.
Os comentários deste antigo embaixador israelita nos Estados Unidos, próximo do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, surgem depois de Washington ter afirmado que se opõe a uma nova ocupação a longo prazo de Gaza por parte de Israel.
“Em geral, não apoiamos uma reocupação de Gaza, nem Israel”, declarou o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Vedant Patel, esta terça-feira.
Esta reação surge na sequência das declarações de Netanyahu, na segunda-feira, de acordo com as quais pretende que Israel assuma “a responsabilidade geral pela segurança” do território após a guerra.
“Estamos em discussões activas com os nossos homólogos israelitas sobre como deverá ser a Faixa de Gaza após o conflito. O presidente, Joe Biden, mantém a sua posição de que a reocupação pelas forças israelitas não é a coisa certa a fazer”, disse o porta-voz da Casa Branca, John Kirby, numa conferência de imprensa, citada pelo Notícias ao Minuto.
“Há uma coisa sobre a qual não há absolutamente nenhuma dúvida: o Hamas não pode fazer parte da equação”, acrescentou.
O porta-voz do Hamas, Abdel Latif al-Qanou, reagiu na plataforma de mensagens Telegram a estas declarações, afirmando que “o que Kirby disse sobre o futuro de Gaza depois do Hamas é uma fantasia. O nosso povo está em simbiose com a resistência e só ele decidirá o seu futuro”.
Dermer admitiu que Israel terá de enfrentar a dificuldade do “dia seguinte”, depois da eliminação do Hamas. “Quem é que vai gerir Gaza? Se for uma força palestiniana que governa Gaza para o bem-estar dos habitantes e sem querer destruir Israel, então podemos falar”, afirmou.
Fonte: O pais