O processo do fim dos subsídios aos combustíveis em Angola será gradual e inicia em 2023. A medida está a preocupar não só os empresários, mas também a população, que defende que os salários são demasiado baixos no país para o aumento que esta retirada dos subsídios pode representar nos vários setores.
Em entrevista à DW, Fernandes Wanda, coordenador do Centro de investigação Social e Económica da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, considerou que o fim dos subsídios aos combustíveis é uma medida inevitável.
No entanto, na sua opinião, antes de implementar este corte, o Governo deverá fazer chegar aos centros de produção, energias alternativas, sob pena do custo da produção se tornar demasiado “oneroso”, o que se refletirá no bolso do consumidor final.
DW África: O processo do fim da retirada dos subsídios ao combustível em Angola inicia este ano. Qual lhe parece que será o impacto na vida do cidadão comum e das empresas produtoras?
Fernandes Wanda (FW): Os combustíveis subsidiados também ajudam, de certa forma, a produção nacional. No entanto, mesmo tendo o combustível subsidiado, os produtores nacionais reclamam que não conseguem ser competitivos. Ou seja, a retirada do subsídio aos combustíveis hoje sem que, como alternativa, se faça chegar aos centros de produção essa energia que é produzida através das barragens, que é muito mais económica, vai tornar a produção mais onerosa. E claro, uma vez que a produção se torna mais cara, os próprios produtores tendem a repassar isso para o consumidor final, que são as populações.
Fonte: DW